O presente projeto é uma parceria entre os cursos de
Filosofia e Comunicação Social da UCDB, iniciada em em fevereiro de 2013 que compreende possuir, nessa integração,
elementos aglutinadores comuns para o oferecimento de uma práxis: adotar o
cinema como lugar de reflexão, análise e aprendizagem. Os subsídios teóricos
que a permitem estão ancorados sobre duas bases: as investidas da Teoria Crítica desenvolvida pela Escola
de Frankfurt e a compreensão do cinema como conceito-imagem
de Deleuze e Julio Cabrera. Essa práxis, com efeito, tem por objetivos gerais
solidificar a parceria interdisciplinar entre filosofia e comunicação com
vistas à transdisciplinaridade, dar continuidade ao fomento na comunidade
interna da UCDB da discussão entre Filosofia e Cinema, ampliar a participação
do projeto em diversos níveis de reflexão e em outros espaços, e contribuir
para divulgação do curso de Filosofia, ampliando, gradativamente, seu público
alvo. Para tanto, o projeto conta com dois modos de atividades: capacitações e
eventos. As capacitações procuram subsidiar teoricamente as análises de filmes
e os eventos, que podem ser internos (UCDB) e externos (Le Parole), são os
momentos em que o projeto oferece, efetivamente, sua contribuição reflexiva e
analítica para a comunidade externa em geral.
JUSTIFICATIVA:
Essa proposta tem sua relevância em três aspectos
fundamentais: filosófica, social e educacional.
Do ponto de vista filosófico, a proposta se sustenta
na medida em que fomenta uma discussão, já conhecida em vários ambientes
acadêmicos de todo o país, que é a relevância do cinema para os estudos filosóficos.
“Filosofia e Cinema” é um estudo muito em voga na atualidade, sobretudo, pela
interação que há entre as temáticas tratadas pela grande tela e a filosofia.
Contudo, essa interação é pouco explorada pelo curso de graduação da UCDB, o
que torna sua implantação uma necessidade. A perspectiva de construção desse
projeto visa três áreas da filosofia que muito corroboram para a compreensão do
quadro social contemporâneo: a) a fenomenologia, enquanto estudo da percepção e
dos modos de ser da existência; b) a teoria crítica, enquanto estrutura
analítica dos problemas sociais; e c) história dos problemas do pensamento, na
medida em que expõe pedagogicamente a história da filosofia. Tais perspectivas
permitem fazer a relação interdisciplinar entre Filosofia, Filosofia da
Educação e Comunicação, atendendo aos pré-requisitos institucionais da
constituição do próprio projeto.
Do ponto de vista social, o projeto procura, com
abordagens fenomenológico-existenciais, crítico-sociais e histórico-ideológicas
envolver e chamar para a co-responsabilidade, mediante as comunicações e os
cafés filosóficos, os grupos sociais envolvidos nos projetos, i. é, os
acadêmicos tanto de filosofia quanto de comunicação, bem como a comunidade
externa, de modo a repensar o quadro humano e social contemporâneo. A reflexão
da situação existencial, social e histórico-ideológica humana visa o maior
comprometimento e a reconstrução do quadro social que se projeta para o futuro.
Nesse sentido, o projeto se sustenta pela pretensão de intervir, mediante a
reflexão, na autocompreensão da imagem humana que tem sido construída e
reproduzida nas grandes telas alcançando, principalmente, as comunidades de
menor poder de reflexão.
Do ponto de vista educacional, o projeto procura abarcar
três frentes. A primeira diz respeito à popularização da filosofia para os
âmbitos não acadêmicos. A construção teórica a partir do movimento (que é o
cinema), parafraseando Cabrera, mostra uma face menos onerosa e mais acessível
àqueles que não tiveram contato com os métodos analíticos da filosofia ou àqueles
que sustentam uma atitude de incompreensão da Filosofia. Isso é o que pretende
quando se propõe a produção dos pequenos vídeos de cunho filosófico, ou seja,
estes podem de alguma forma mitigar algumas resistências à complexidade desta
área do conhecimento. A segunda sustenta a necessidade constante de elaboração
de materiais filosóficos e da área de comunicação, envolvendo tanto a reflexão
escrita, visual e digitalizada. A digitalização dos materiais produzidos, bem
como a produção de vídeos, contribui substancialmente para que a construção do
conhecimento filosófico e a comunicação interajam de modo tal que favoreça a
educação. A terceira, por fim, é recriar a didática do ensino de filosofia, no
que tange a história dos problemas filosóficos, de modo a conceber a própria
filosofia como algo pertencente à vida cotidiana.
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